Pelo professor Alberto Fernandes - 2 de junho
O dia de hoje vai ser dedicado aos métodos de ferramentas para avaliar a maturidade digital das escolas.
Quando uma organização decide enveredar pela mudança digital deverá realizar o ponto de situação da organização, medindo os pontos fortes e os pontos fracos, e estabelecendo um plano de implementação da transformação digital. Em qualquer momento a avaliação faz-se confrontando com a situação inicial.
Uma das mais importantes atividades a desenvolver é a integração das Tecnologias de Comunicação e Informação na política educacional, garantindo o envolvimento de toda a organização na gestão e organização da mudança (garantir que os objetivos chegam à base). É importante que o processo seja realizado “bottom up” (de baixo para cima), melhorando a política decisional para garantir o sucesso do DT (digital turn).
Existem muitas ferramentas para que o envolvimento de toda a organização seja uma realidade. Uma delas, permite o desenho do processo tendo em consideração que:
· Há compreensão e empatia de todos os envolvidos;
· A definição do problema (e objetivos) é realizada sem formas de pressão;
· Utilização de técnicas de Brainstorming;
· Testar a solução encontrada, antes da implementação.
A gestão (Direção das Escolas) tem de estar consciente que esta mudança não vai trazer lucro (em dinheiro) mas sim empatia e um progresso mais próximo da realidade. No fundo é a inovação. Nas escolas não há margem para erros, como em outras profissões, os docentes serão os impulsionadores, em conjunto com os alunos e com a Direção para o DT – “bring people together”.
A implementação da tecnologia digital nas escolas não é carregar estas com dispositivos e equipamentos digitais para professores e alunos utilizarem. O objetivo da implementação é trabalhar e criar condições para integrar a tecnologia à medida do que é necessário.
Quando as escolas dependem diretamente da municipalidade e os recursos desta não são infinitos, há que trabalhar em conjunto para que se criem condições ao longo do tempo para que a mudança para a utilização do digital venha a ser uma realidade. Muitas cidades têm contrapartidas das grandes empresas que se instalam num município, e as escolas recebem equipamentos tecnológicos dessas empresas em vez de ser a camara a pedir infraestruturas para a cidade. Assim se prepara o futuro das próximas gerações.
Mas há uma questão que é fundamental: porque necessitamos do digital? Primeiro porque os docentes são profissionais e pretendem manter-se atualizados e melhorar a forma pedagógica e de ensino dos seus alunos. Em segundo lugar porque os alunos já usam a tecnologia. Em terceiro lugar porque é grande a importância para a comunidade e para as famílias. Como cidadãos, devem colaborar para o bem-estar de todos (ajudar os info-excluídos, por exemplo). Por último os alunos necessitam destas ferramentas para sobreviver. A palavra-chave é “confiança” (“trust”). Há alunos que sabem mais da utilização do digital que os próprios docentes que têm. Os alunos não querem que o professor saiba utilizar a ferramenta A ou a aplicação B. O que os alunos pretendem é que o professor facilite o acesso ao conhecimento e aprendizagem.
A ferramenta acima, (conhecida por caracol, uma vez que parte do centro para a periferia) permite identificar o plano de implementação de qualquer atividade. Aplicada ao DT, e utilizando as pessoas certas (grupo de trabalho), o que se obtém é um plano de trabalho bem descrito, e fundamentado. Sendo um documento vivo, pode ser sempre objeto de atualização.
Para amanhã, último dia do curso, espera-nos muito trabalho, pois teremos de trabalhar na implementação de um DT considerando a inovação tecnológica, as infraestruturas digitais e a gestão da mudança.
Comentarios